57 quartos, cinco salas de reuniões com capacidade total para 560 pessoas. Um investimento de cinco milhões de euros e 20 novos postos de trabalhos. São estes alguns dos números que descrevem o Sea Porto Hotel, o novo espaço de que Matosinhos dispõe para receber os seus visitantes. José Armando Ferrinha, mentor do projeto, fala-nos sobre a origem do mesmo e dos seus planos para o futuro.
Situado em plena avenida Afonso Henriques, uma das zonas mais centrais e antigas de Matosinhos, o Sea Porto Hotel está de portas abertas desde início de agosto. O espaço nasceu com a intenção de suprir uma necessidade que José Armando Ferrinha, investidor do empreendimento, indica ter identificado. “Queria responder às necessidades da nossa terra, na satisfação das carências que ela tem e numa vertente económica e financeira. Tive que analisar a oportunidade e a rentabilidade. Há que minimizar os riscos, o que tentei fazer pela localização, que em turismo é fundamental. Penso que esta unidade está por isso bem localizada. É servida por metro, está no coração de Matosinhos e tem vista para o mar”, referiu. O novo hotel do concelho foi financiado totalmente por investimentos privados nacionais e é responsável pela criação de 20 novos postos de trabalho. Este investimento no espaço, que tem lugar num antigo prédio habitacional, cuja construção ficou inacabada, foi de cinco milhões de euros. Todo o conceito de design de interior do hotel é baseado na tradição naval e marítima de Matosinhos e na cultura nacional. A decoração conta mesmo com referências à obra de Siza Vieira, como nos explicou o responsável. “Sendo eu filho, neto e bisneto de construtores e carpinteiros navais, ligados à arte naval, não podia ser diferente”, referiu José Armando Ferrinha. O estabelecimento está classificado com quatro estrelas e conta com 57 quartos, cujos preços variam entre 70 e 148 euros, dependendo da época do ano e da comodidade pretendida. Além disto, o espaço está também equipado com um Deck Bar com esplanada, onde é possível saborear vários tipos de petiscos e bebidas. Para além destas facilidades, o empreendimento conta com cinco salas de eventos diferentes, com os nomes de Farol, Boa Nova, Bombordo, Porto e Leixões, que podem acolher até um máximo de 560 pessoas. Outro ponto digno de nota é o facto de a construção do Sea Porto ter em atenção novas preocupações ambientais: o hotel está equipado na totalidade com lâmpadas LED e aposta na separação de resíduos.
UMA RESPOSTA ÀS NOVAS NECESSIDADES DO CONCELHO
O aparecimento do Sea Porto Hotel enquadra- se numa época de crescimento da atividade turística no norte de Portugal. Segundo dados do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), o turismo na região do Porto registou um crescimento médio de 10,70% no ano passado. Este crescimento da atividade turística alastra-se também às áreas limítrofes da cidade do Porto, na qual Matosinhos assume um papel de destaque. Os números do novo terminal de cruzeiros, segundo referido em anúncio da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), ascendem a um volume de 107 escalas de navios em 2017.
Foi neste contexto que José Armando Ferrinha viu a oportunidade de reunir investimento privado para este novo espaço. Na opinião do mentor, o hotel será maioritariamente utilizado por hóspedes que se desloquem a trabalho, embora acredite no potencial turístico da cidade. “Eu penso que será talvez um pouco mais para homens de negócio. Mas temos muitos visitantes espanhóis, já que temos uma relação de geminados com Vilagarcia de Arousa, uma comunidade galaica que fica no eixo Atlântico Norte, o que traz muitos clientes dessa zona. São um povo exigente, o que é bom para nós. É no grau de exigência que nós crescemos”, refere.
A APOSTA NA EXCELÊNCIA DO SERVIÇO
Embora se defina como um homem discreto que não gosta de divulgar as suas atividades ou de mediatismo, José Armando Ferrinha tem já uma larga experiência na área da hotelaria. O responsável é também administrador e acionista no TRYP Porto Expo Hotel, em Leça da Palmeira. Uma experiência que leva o investidor a realçar a dificuldade que representa trabalhar neste setor. “É um investimento de milhões com aproveitamento de tostões. É preciso trabalhar noite e dia, 24 sobre 24 horas”, refere. Neste seguimento, José Armando referiu à nossa revista que embora tenha preocupações com o crescimento da taxa de ocupação do espaço, a maior prioridade é afinar a qualidade do serviço do estabelecimento. “Isto de servir depende muito de nós, mas também do comportamento do nosso cliente.
Temos que estar muito bem preparados para atender o outro. Nem todos podem estar, as pessoas que estão na hotelaria têm que ser pessoas que gostem de pessoas. Nós somos os anfitriões”. Apesar disto, o proprietário encontra-se satisfeito com a procura de hóspedes que tem afluído até agora ao Sea Porto Hotel e acredita que a mesma vai continuar a evoluir favoravelmente até ao final do ano.